terça-feira, 4 de setembro de 2012

Claras em ponto de neve


Hoje, enquanto preparava uma torta, ao bater as claras em neve, lembrei-me de minha querida mãe.
Quando tinha meus nove anos de idade eu sempre ficava observando quando ela fazia um bolo.  Daí que ela ia explicando que as gemas deveriam ser muito bem batidas com o açúcar e a manteiga que era para ele não ficar com gosto ou cheiro de ovo.
Ela também dizia que o fermento vinha antes das claras e brincava: “se fermento faz crescer, fermento nele (no bolo) a valer! Quero que o bolo fique gigante que é pra eu comer bastante!” e ríamos muito.
Sempre recomendava que eu não deixasse cair sequer uma gotinha de água no prato onde as claras esperavam para serem batidas até ficarem branquinhas em ponto de neve. Não tínhamos batedeira.
- Se cair um pingo de água que seja elas desandam, dizia.
Descobri, muitos anos depois e por puro acaso, que isso não passa de mito.
Ela já nem estava mais neste plano para que eu pudesse lhe contar minha brilhante descoberta!
Ah, minha mãe! Domingo, dia 9, ela completaria 71 anos.
Muita, muita luz para ela e muita saudade para mim.